quarta-feira, 30 de abril de 2008

Festas Tradicionais 1 de Maio

Todos os anos, no dia 1 de Maio o povo do concelho de Ourique ruma ao Castro da Cola ou à Barragem do Monte da Rocha (os sítios mais procurados), para fazerem piqueniques, algo muito agradável, que possibilita o contacto com a natureza e também junta várias famílias num convívio inigualável.

Na Barragem do Monte da Rocha, na nossa opinião, a festa torna-se mais impessoal, o espaço é maior e as pessoas dispersam-se mais, enquanto que no Castro da Cola, as pessoas podem fazer os seus petiscos debaixo do chaparro, mas à hora da missa e do pezinho de dança não falham, é algum mais familiar, mais unido… é o nosso Castro da Cola…

Amanhã a missa será por volta das 11h e depois do almoço realizar-se-á o baile.

Às 8h45 da “matina” sairá da Aldeia e rumo ao Castro da Cola um grupo de caminhantes que se irão dirigir por montes e vales até ao recinto das festas, no Castro da Cola.

Será feita reportagem fotográfica é só aguardar :-).

1º de Maio - História do feriado


O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de Maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.
Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias.

Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Fonte:http://pinceladaescolar2007.blogs.sapo.pt/5448.html

Baile de Vera Cruz


Antigamente na nossa Aldeia, mais especificamente no Poço da Aldeia, realizava-se todos os anos no dia 3 de Maio, o Baile de Vera Cruz. As pessoas ao início da tarde juntavam-se no poço, com comes e bebes e alguém a tocar no bailarico e era assim que se realizava este festim. Muitas são as tradições no nosso país que se perdem, esta também não foi excepção e foram longos os anos que esta tradição ficou esquecida.
Até que, há mais ou menos 3 anos um grande amigo e filho desta terra, por quem teremos sempre muita estima, carinho e orgulho, que muito fez pela nossa Aldeia, o Sr. José Augusto, trouxe-nos de volta este costume antigo.

É já no próximo sábado dia 3 de Maio, que se irá realizar no Poço da Aldeia mais um grandioso e magnifico baile de Vera Cruz.

Convidamos todos os nossos visitantes a juntarem-se a nós e participar neste convívio.

Momentos de nostalgia




Quem não se lembra de ir em excursão, todos alegres e contentes, quando éramos meninos da primária, visitar o lago de barro que fica junto ao Monte das Cruzes. Estes passeios espectaculares eram a nossa alegria. As professoras pegavam em nós e lá íamos de mãos dadas, aldeia abaixo, num alvoroço e em tremendo burburinho.

Quando chegávamos havia a oportunidade de cada um tirar o seu pedaço de barro para depois realizarmos o mais perfeito artesanato, só nos recorda os magníficos cinzeiros ou coisa parecida, o objecto mais fácil de manejar.

Não há uma única vez que a nossa caminhada ao final da tarde passe por ali, que o nosso coração não se manifeste, com aquela saudade e aquela nostalgia que foram os nossos tempos de crianças, aqui na nossa aldeia.

Palavras para quê...são os campos floridos da nossa aldeia...



















sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 de Abril - Resumo da Vida de um Militar


Hoje celebra-se o 25 de Abril, Revolução dos Cravos. 34 anos de grandes mudanças (positivas ou negativas, cada qual é livre de ter a sua opinião) no nosso país, na nossa cultura, nas nossas vidas.

Apesar da data que se assinala hoje, não iremos falar do 25 de Abril, da sua história, mas deixar o relato de um militar que em poucas palavras conta a sua vida militar e também como fez parte do movimento em Lisboa nesta revolução.

Relato na primeira pessoa:
“Foi um dos tempos que me marcou, tanto no presente como no futuro.
No presente, porque aprendi muito, na cultura, no respeito e formações.
No futuro, porque tudo aquilo que aprendi, me tem ajudado a desenvolver a minha vida profissional.
Os meus primeiros passos foram dados em Vila franca de Xira, onde estive a tirar a recruta e fiz o juramento bandeira, nas Forças da Marinha de Guerra Portuguesa.
Após juramento bandeira fui transferido para Vale de Zebro, onde ingressei no curso de Fuzileiro Naval, o qual teve uma duração de cerca de 6 meses. Aí tive uma boa experiência a nível de aulas práticas e teóricas.
Findado o curso de Fuzileiro Naval, como tendo boas notas e um bom comportamento, fui nomeado para o curso de Fuzileiro Especial, o qual também teve uma duração de 6 meses.
Como não podia deixar de ser, e o seu nome o diz, foi um curso um pouco duro, duro pela instrução que nos surgia todos os dias e pelos maus bocados que passávamos no campo em instrução. Mas tudo passava e ainda hoje sinto orgulho de o ter feito e ser um dos segundos classificados em 365 que éramos no grupo e mais ainda por ter recebido aquela boina preta que muito me orgulha.
Tendo terminado o curso de Fuzileiros Especiais, com bom comportamento, fui convidado para uma secretaria para exercer a função de escriturário, não era muito o meu hábito porque não tinha curso, mas como dava um jeito por lá fiquei alguns 12 meses, onde tive uma boa experiência a nível de secretaria, arquivos, etc.
Como ainda não chegava de cursos neste período 12 meses, frequentei um curso de socorrista, onde acumulava os dois serviços porque o meu chefe não me deixava sair da secretaria. Com todo este tempo de cerca de 22 meses de curso, tive o prazer de ser nomeado para Moçambique no 10º Destacamento de Fuzileiros Especiais. Para mim foi uma alegria, muito embora tivesse a noção que era um grande risco, mas como a sorte estava do nosso lado, antes de viajarmos para Moçambique tivemos o 25 de Abril de 74, onde também fiz parte dos movimentos em Lisboa.
Penso que foi uma boa mudança para o país, muito embora não concorda-se com algumas coisas.
Para nós, o 10ºDestacamento facilitou, porque apenas tivemos 3 meses no mato, o resto do tempo foi na cidade de Lourenço Marques.
Nós não éramos um destacamento éramos uma família, porque o fusa é uma irmandade. E para provar esta amizade, cumplicidade e fraternidade, ainda hoje nos reunimos todos os anos para um almoço.
A minha ideia em relação à vida militar é que todos deviam passar por lá.


Filho da Escola e Filho desta Terra, Ventura

MARCADO A CAL, LANÇAMENTO...

Realizou-se ontem pelas 21h30 na Feira do Livro em Ourique, o tão esperado lançamento do Livro Marcado a Cal, do nosso estimado e filho desta terra Vítor Encarnação.

A apresentação iniciou-se com uma breve exposição sobre a vida do autor que ficou a cargo da Filipa, seguidamente ouvimos o nosso Exmo. Sr. Presidente Pedro do Carmo, que nos ofereceu um momento de palavras com sentimento e orgulho que marcaram a noite.

Foram lidas duas das 30 caricatas histórias que provocaram um momento de grande risada naquele convívio, uma das quais lida pelo filho do autor, um momento emocionante.

Por fim, o momento mais aguardado da noite, foi a vez do autor, o Prof. Vítor falar um pouco de como surgiu a ideia de escrever este livro e como foi escrevê-lo. Ao longo da apresentação foram colocadas algumas questões, como também foram contados mais alguns momentos de pura cavaqueira que serão contados de certeza num próximo livro.

Estiveram presentes algumas “personagens” que fazem parte da história deste livro, como o Ferrugem, o Ricardo Chibanga, entre outros.

Foi um momento bem passado, o espaço estava repleto de amigos. Nós Palheirenses estamos orgulhosos pelo Prof. Vítor, mas também por ver e ler histórias da nossa Aldeia contadas neste livro.

Os melhores momentos:







segunda-feira, 21 de abril de 2008

"MARCADO A CAL" de Vítor Encarnação



Palheirense de alma e coração, Vítor Encarnação reside em Ourique onde é professor de Inglês e Alemão. Ao longo da sua vida publicou vários livros de poesia e de crónicas. Marcado a Cal é a sua mais recente obra literária, na qual relata para além de outras,as suas memórias enquanto jogador do Palheirense, realçando as mais valiosas pérolas desta equipa de futebol: O Ferrugem, o Luquinhas, o Vitinho das Bombas, o Ricardo…

Pequena descrição do livro escrita pelo autor:

Marcado a cal é o resultado do cruzamento de duas paixões paralelas na minha vida e que até agora nunca se tinham cruzado: o futebol e a escrita.

Digamos que eram duas amantes que sabiam da existência uma da outra, mas que por pudor e algum preconceito nunca frequentaram os mesmos lugares.
O livro é feito de trinta histórias caricatas que não são mais do que trinta memórias vivas dos meus tempos de jogador de futebol do INATEL pelo Palheirense e do campeonato distrital pelo Ourique Desportos Clube.

Marcado a cal é sobre cada hora e meia de paixão pelo futebol profundamente amador, sobre fragmentos que se soltaram das alíneas dos regulamentos, sobre doces subversões às regras e sobre casos que não ficaram registados nas fichas de jogo.

É acima de tudo um tributo que eu presto a todos aqueles que jogaram (e ainda jogam futebol comigo) e trazem uma bola aos saltos dentro do peito.
A ideia surge por causa da eterna nostalgia dos antigos jogadores da bola. Não há noite de conversa que não acabe embebida em saudades do passado. Seja de golos, de jogadas fantásticas ou de situações absurdas. E numa dessas noites, decidi abraçar o passado, pois ele permitia-me também, finalmente, apresentar a minha outra amante à malta da bola.

O livro será apresentado no dia 24 de Abril, pelas 21 horas, na Feira do Livro em Ourique.

domingo, 20 de abril de 2008

Jogos de Futebol – Taça 25 de Abril

Iniciaram-se hoje os jogos de futebol alusivos à Taça 25 de Abril. O nosso Palheirense participou frente ao Santa Luzia, mas o resultado não foi o melhor,6-1. O que interessou foi a participação e a representação da nossa terra nesta iniciativa.




sexta-feira, 18 de abril de 2008

Comemorações do 25 de Abril no Concelho de Ourique


O 34º aniversário do 25 de Abril vai celebrar-se no concelho de Ourique com diversas actividades culturais e desportivas.O programa das comemorações é o seguinte:

- 19 e 20 de Abril, a partir das 17h00, iniciam-se os primeiros jogos de futebol referentes à Taça 25 de Abril;

- 20 de Abril, haverá o passeio de BTT e caminhada ( Blog da Aldeia vai estar presente para fazer reportagem :).....)

- 22 e 27 de Abril, das 09h00 às 20h00, junto à praça Padre António Pereira, poderá visitar a Feira do Livro e assistir a diversas actividades. Pelas 18h00, o Presidente da CMO, Pedro do Carmo, procederá à inauguração oficial da Feira do Livro 2008.

- 22 de Abril, pelas 10h30, o contador de histórias Jorge Serafim irá conduzir uma sessão de contos para grupos escolares intitulada “Era uma Vez”.

- 23 de Abril, irá decorrer, na Escola Secundária de Ourique, o colóquio “Recordar para não Esquecer”, a partir das 15h00, organizado pela Associação de Solidariedade Social “Futuro de Garvão”. Também neste dia a Feira do Livro irá receber as diversas turmas do concelho do ensino pré-escolar.

- 24 de Abril, a Feira do Livro irá receber a visita das turmas da escola do Ensino Básico 2, 3 e Secundário do Agrupamento Vertical de Ourique. Entre as 09h00 e as 15h00, a Avenida 25 de Abril vai ser um autêntico autódromo com a realização do 1º Grande Prémio de Carros de Rolamentos, uma organização do Agrupamento Vertical de Ourique. Pelas 21h00 será tempo da apresentação do livro Marcado a Cal, de Vítor Encarnação, na Feira do Livro. A noite terminará em grande com a actuação da banda Karisma, pelas 22h30, no Pavilhão Multiusos de Ourique.

- 26 de Abril, a Feira do Livro receberá, às 16h00, uma sessão de contos intitulada “Era uma Vez”, conduzida pela contadora de histórias Luzia do Rosário.

- 27 de Abril, será o encerramento da Feira do Livro, pelas 14h00.
Bom convívio…

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Talento

Redacção feita por uma aluna de Letras, que obteve a vitória num concurso interno promovido pelo professor da cadeira de Gramática Portuguesa.

"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo.Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros.Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.Nisto a porta abriu-se repentinamente.Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.Que loucura, meu Deus!Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.Só que, as condições eram estas:Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva. "

Fernanda Braga da Cruz


FONTE : http://sorriso-do-bisturi.blogspot.com/ - Blog Rita Ferro Rodrigues

Fábula Moderna