quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Os anos passam…As histórias e recordações que ficam…

Sra. Maria Inácia Bento, mais conhecida pela “Ti Maria Naiça do parque”, é a pessoa mais idosa da Aldeia de Palheiros. E porquê, Ti Maria Naiça do parque, porque até as suas capacidades físicas permitirem, era a pessoa que cuidava do parque da aldeia, sempre florido, areia limpa, os baloiços impecáveis, não havia criança que desobedecesse às regras da Ti Maria. O maior desgosto dela neste momento é ter o seu parque ao abandono, mas nós esperamos dar-lhe esse presente, muito em breve.


Aos 97 anos de idade, a Ti Maria goza duma memória invejável, muito comunicativa e conversadora, as suas histórias de vida ou quiçá do imaginário não têm fim. Sabe perfeitamente o que é a internet e diz que tem pena de não ter “aquela coisa, para ver e falar com o filho e os netos”. Diz-nos que conversa sozinha e pensa toda a noite, e de manhã é a melhor altura para falar com ela, tem a memória mais apuradinha, porque já fez o treino durante a noite.




Casou, teve quatro filhos, dos quais só dois estão vivos, um residente na Aldeia de Palheiros e outro na Venezuela. Tem cinco netos e oito bisnetos.

Todas as pessoas da aldeia e também as não residentes, têm pela Ti Maria Naiça uma grande amizade, carinho, respeito, tanto que todos os dias a vizinhança, faz como que uma peregrinação a sua casa e lá permanecem toda a tarde a fazer-lhe companhia.

Sonha escrever um livro onde relate a sua vida, o blog da Aldeia já têm parte dessa história, mas como gostaríamos de tornar esse sonho realidade, vamos guardá-la a sete chaves.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sem comentários...

Caros Visitantes,

Este blog foi criado pela satisfação que me dá escrever (uma escrita mais criativa), porque na altura tinha bastante tempo livre (estava desempregada) e sabia que, mesmo por pouco que fosse, poderia fazer algo que dinamizasse a minha aldeia, que a tornasse mais presente na vida de cada um.
E assim foi, comecei por tirar algumas fotos com a ajuda da minha irmã, escrever textos e a página começou a ter uma dimensão que não esperava.
Suscitou tamanha curiosidade, que hoje é visitada pelos quatro cantos do mundo, por pessoas que nasceram e moraram na aldeia.

Desenvolvi este blog com os seguintes objectivos:
- Informar o concelho, o país e o mundo;
- Divulgar em todos os aspectos a aldeia;
- Construir um espaço onde as pessoas pudessem questionar, dar opiniões, fazer críticas construtivas e não destrutivas, dar ideias…
Nasceu um espaço, pelo qual me orgulho e que continuará a crescer.

Contudo, hoje dei por mim a colocar este texto online porque me sinto triste, pelo desrespeito demonstrado pelo meu trabalho, porque o desrespeito por mim, por vezes é difícil de evitar, porque a maioria da vezes é feito pelas costas, mas também como tenho as costas largas, não me preocupo, agora desrespeitarem o meu trabalho, mesmo à “cara podre”, isso não admito, jamais.

Tomei a decisão de cancelar os comentários por algum tempo e peço desculpa a todos aqueles que assiduamente participam na vida deste blog, mas a nossa sociedade é assim, por culpa de uns pagam os outros.

O que mais me desilude no meio disto tudo, é que, quando se faz algo de novo, algo que de alguma forma dá valor à nossa terra, ao concelho, há sempre forma de quererem destruir o seu brio e depois ouço coisas do tipo: “ Não fazem nada pelo concelho”; “Não fazem nada pela nossa terra”, “O concelho está parado no tempo”, mas é normal, as pessoas são tão más, que só pensam arruinar o que de novo se cria. Experimentem parar um pouco para pensar e fazer algo de útil pela vossa terra e vão sentir na pele o quanto custa criarmos o nosso projecto e saber que mais cedo ou mais tarde, andam magicar uma maneira de lhes por o pé em cima.

Nunca no meu blog, faltei ao respeito a ningúem, quando coloco fotos ou algum texto, as pessoas têm liberdade para falar comigo e pedir para retirar, mas até agora nunca foi necessário. Pelo contrário, recebo todos os dias imensos elogios ao meu trabalho, facto que me deixa ainda mais forte para continuar.

Outro ponto a focar, é o facto de qualquer pedido, qualquer ideia ou apelo que um Palheirenses faça, nunca disse não e posso dar um exemplo: Pediram-me para colocar fotos que mostrassem a deterioração das nossas ruas, a miséria do nosso parque e como está ao abandono o nosso poço da aldeia, não tive qualquer problema e receio, coloquei online, é a realidade, não há nada a esconder.

Outra situação que não admito, é a utilização do blog para desabafos políticos ou picardias. As picardias resolvem-se cara-a-cara, a falar com bom senso, quanto aos desabafos políticos, também é simples, a Câmara Municipal tem um site onde a população poderá deixar os mais variados comentários, façam-no ai, também já o fiz. E porque é que eu deveria aceitar desabafos políticos no meu blog? Não me interesso por política, quem me conhece sabe disso e quando exerço o meu direito de voto, faço-o pela pessoa e não pelo partido.

Para finalizar quero deixar bem claro, que o blog continuará online, só não poderá ser comentado por tempo indeterminado. Não obrigo ninguém a visitá-lo, não ganho nada com isso, apenas o faço porque gosto e faço-o para a minha aldeia.


A mentora do Blog: Silvia Ventura

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Jovens Palheirenses com Asas - Alexandra Luz


Alexandra é mais uma jovem Palheirense que não baixou os braços. Decidida e com força de vontade para começar a construir a sua vida profissional, vai tomar asas e voar até Faro.
Entrou para ao jardim-de-infância com 3 anos de idade e aos 5 anos já frequentava a escola primária da Aldeia de Palheiros.
Foi sempre uma boa aluna e bastante dedicada. Boa aluna que se preze, aos 9 anos rumou até Ourique para continuar os seus estudos. Como entrou para a escola primária com 5 anos e passou todos os anos, foi sempre a mais nova das alunas em todas as turmas por onde passou, mas isso nunca foi um contratempo na sua vida de estudante, sempre demonstrou ser uma aluna exemplar.
Este ano terminou o secundário e está de malas feitas para ir ingressar no curso de Educação Social, na Escola Superior de Educação em Faro.
Perguntámos-lhe o porquê, de querer tirar este curso e a resposta não podia ser mais edificante: “O que me leva a tirar este curso, é principalmente por me interessar por causas tão nobres como ajuda dos mais desprotegidos da sociedade comum que muitas vezes lhe ” passa por cima”, ou como a reinserção social, não deixando de mencionar que este curso poderia ser o passaporte para a concretização de um sonho muito pessoal.
Poderia ser não, vai ser o passaporte para concretizar esse sonho, nós acreditamos que a Alexandra vai voar bem alto e esperamos por ela para ser mais uma Palheirense a contribuir com a sua riqueza e capacidade profissional, na nossa terra, ou no nosso concelho.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Jovens Palheirenses com Asas - Lúcia Leitão

Lúcia Leitão

Desde pequena, as suas brincadeiras e postura revelaram uma vocação para ensinar e educar as outras crianças.
Muitas crianças foram “sacrificadas” nas suas aulas, leccionadas numa escolinha improvisada, no sótão da sua casa.
Perante as contrariedades de emprego na área da educação de infância, foram muitas as pessoas que tentaram mudar-lhe esta ideia. Mas a sua vocação falou mais alto e em 2001, entrou no Curso de Educação de Infância, na Escola Superior de Educação de Beja.
Terminou a sua licenciatura e imediatamente começou a trabalhar num Jardim Infantil em Albufeira, onde esteve 2 anos.
Por motivos pessoais, regressou à terra. Esteve 6 meses no Jardim de Infância da Santa Casa da Misericórdia de Almodôvar e neste momento está a trabalhar como Educadora de Infância no Jardim Infantil da Câmara Municipal de Ourique.
O seu reconhecimento profissional é dado, pelas inúmeras crianças que a adoram e a procuram em todos os lugares.

Jovens Palheirenses com Asas - Sílvia Ventura

Sílvia Ventura

Mimada, tímida e muito reservada, encarou a escola como o maior obstáculo do mundo. As lágrimas eram uma constante, onde o medo era o grande inimigo, a professora chegava mesmo a dizer-lhe: Vou arranjar um frasquinho, para guardar as tuas lágrimas e entregar à tua mãe”.
No entanto havia um refúgio no meio de todas as matérias escolares - poder escrever as suas composições, nas quais reflectia toda a sua imaginação e criatividade.
Apesar de todo o receio, nunca repetiu um ano lectivo e em 2000 entrou para o Curso de Relações Públicas e Publicidade, no Instituto Superior de Novas Profissões, em Lisboa.
Terminado o curso, começou a trabalhar em Vilamoura num Atelier de Design, onde esteve dois anos e meio.
Actualmente aceitou um novo desafio profissional e mudou-se para Sines, onde trabalha numa Multinacional na área da importação e paralelamente é formadora, acreditada pelo IEFP.
Para enriquecer os seus conhecimentos tem frequentado inúmeras formações, em áreas como: Finanças, Secretariado, Inglês Técnico, entre outras.
Como os seus sonhos não têm um fim, está a frequentar um Mestrado em Gestão Empresarial, na Faculdade de Economia, em Faro.
Lutadora, ambiciosa, uma mente criativa, é uma jovem com um futuro auspicioso.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Jovens Palheirenses com Asas - Sónia Nunes

Sónia Nunes

No dia 20 de Maio de 1983, nasceu uma menina linda e meiga, que veio iluminar a vida dos seus pais e do seu babado irmão.
Com tenra idade deixou terras Alemãs e veio fixar-se na terra Natal da sua mãe - A Aldeia de Palheiros.
Frequentou o Jardim de Infância da Aldeia, onde fez as suas primeiras amizades, muitas das quais, ainda hoje permanecem.
Aos 6 anos entrou para a primeira classe da Escola Primária da Aldeia, onde não podemos deixar de recordar os cânticos que entoavam após o recreio, “Meninos de cima entrar, Meninos de Baixo entrar”, ficará para sempre.
Como todas as crianças desta terra, deixou a escolinha da Aldeia e foi estudar para a Escola EB 2,3 S de Ourique.
Terminou o 12º, com uma boa média escolar, que permitiu o seu ingresso no Curso de Psicologia, na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, em faro.
Fez o seu estágio no Hospital Curry Cabral em Lisboa, onde acompanhou, “bem de perto”a realidade das pessoas com distúrbios alimentares.
Em 2005 terminou o curso e começou a trabalhar na Escola EB 2,3 S de Ourique como Psicóloga, onde desenvolveu o seu trabalho, com crianças e jovens.
Posteriormente, integrou na equipa da Intervenção Precoce, onde acompanhou casos de crianças em risco.
Actualmente aceitou um novo desafio profissional, está a colaborar com a CERCICOA. Um trabalho bastante enriquecedor tanto a nível profissional, como pessoal… Ajudar quem mais precisa.
Com o objectivo de melhorar as suas qualificações académicas está a frequentar o Mestrado em Psicologia da Saúde, na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, em Faro.
É uma profissional de excelência, com trabalho realizado e reconhecido.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Reportagem Fotografica: II Caminhada Passo Saudável ... Por caminhos Antigos...Ao encontro do Castro da Cola

8 de Setembro - 8h da matina...Concentração dos caminhantes... A tão aguardada caminhada estava prestes a começar…


Soso ( Sónia ) maravilhada...não escondeu o seu entusiasmo...

Rumo ao Castro da Cola...lá fomos nós...

O poço da nossa Aldeia já tinha ficado para trás...

Um grande convivio...Muita conversa para pôr em dia...

Lá ia a malta cheia de energia...

Olha quem é ele...O Nosso "Chaparro da Roda"...tão antigo...e tantas histórias tem para contar...

A caminhada continua...

Assim é que nós gostamos...sorrisos e muita alegria...mas ainda há muito para andar...

1º Paragem para juntar o grupo....

E para "bater um papinho"

Bonito Retrato : Grande Camaradagem - Sr. Fernando Vaz e Sr. José Manuel Brito

Chegada ao Castro da Cola...A organizarmo-nos para o almocinho merecido

A fominha já era muita...mas comidinha não faltou...

Tudo muito orientado para que nada faltasse aos nossos caminhantes...

Mas que bela "bucha" einnn...

Tio Jacinto e Sr. Silvestre a pegar bem no franguinho...

Uns sentadinhos nas cadeirinhas...

Outros sentadinhos no chão....o importante é que todos ficaram satisfeitos...


Ora...e não podia faltar o "bailareco"....


Os caminhantes tiveram direito a grandiosos acordeonistas...que chique...

E lá continua a "balhação"...

E mais uma voltinha...

Até que...começaram as baixas... Puro Alentejano...A dormir à sombra do chaparro...

Tão bem que se está ao fresquinho, numa mantinha de retalhos...

Queremos agradecer a todas as pessoas que participaram nesta caminhada, porque sem elas não tínhamos conseguido realizar esta actividade tão importante para nós, pois, é o ponto de partida para a ajuda da criação da Associação Nossa Terra.

Muito obrigado a todos…E no seguimento desta, mais actividades fantásticas virão…Fiquem atentos….

Passeio de Barco no GUADIANA - Inscrições Abertas

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Jovens Palheirenses com Asas - Marta Afonso



Marta Afonso, é uma lutadora, uma sonhadora perfeccionista, ama a vida e ambiciona chegar sempre mais além, procurando sempre dar o seu melhor.
Nasceu em Beja e desde sempre viveu na Aldeia de Palheiros, local onde frequentou o jardim-de-infância e a escola primária. Em seguida, como todos os estudantes do concelho rumou à sede do concelho para frequentar a escola EB 2,3 S de Ourique, a qual deixou em 1998, após completar o 12º ano..

Decidiu ingressar pela vida académica mudando-se de armas e bagagens para Beja, onde estudou 4 anos e se licenciou em Investigação Social Aplicada.
Desde então a sua vida tem sido um desafio, começou por ser convidada pelo Professor Eduardo Figueira da Universidade de Évora, a integrar uma equipa de investigadores a nível Europeu, a qual se propôs estudar "A Participação dos Adultos Activos em Acções de Formação Contínua: O Estudo de Caso das Indústrias Agro-Alimentares no Baixo Alentejo", depois passou pela ESDIME onde adquiriu, grande parte da sua experiência e desde então faz parte da equipa da ADPM como Técnica de Desenvolvimento Local e Cooperação Transnacional.

O seu trabalho passa pela elaboração, execução e avaliação de projectos no âmbito do desenvolvimento local, Cidadania Europeia e Cooperação com países em desenvolvimento, tendo colaborado em diferentes e inúmeros projectos de âmbito local, regional, nacional e Transnacional (Europa e África). Paralelamente é formadora acreditada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua e pelo IEFP, na área da sociologia, investigação-acção e metodologias participativas.

Como complemento à sua formação tirou recentemente o Mestrado em Desenvolvimento Diversidades Locais e Desafios Mundiais – Análise e Gestão, em Lisboa, tendo elaborado a sua dissertação sobre "Associações de Desenvolvimento Local: Que contributo para o desenvolvimento local – Estudo de caso da Associação de Defesa do património de Mértola".

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Assalto no Alentejo

Os assaltos são notícia frequente nos nossos telejornais, aqui fica mais um, este foi no Alentejo, brincadeirinha:

Dois alentejanos assaltaram um banco, fugiram de carro e, quando se julgaram a salvo, pararam numa estrada secundária a descansar.
Diz um: - Atão, aproveitamos para contar o dinhêro?
Responde o outro: - 'Nan vale a pena essa trabalhêra, logo no telejornal dizem quanto é!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Declaração de Amor Alentejana



Minha querida magana..

Desda aquela vez da palha naquele monti
Que aqui ficastes escarrapachada na minha alembradura.
Atão na foi tão bom? Diz laa?
Condolho pra ti com esses bêços de mula,
O mê coração prega purradões nas costelas,
Parece um trator a arrencar ecalitros naquela charneca.
Se mamares comé tamo, Se machares come tacho
Vamos pedir a tê pai, cacete, o nosso acasalamento.


Gosto de ti, pôrra!

Somos parte do concelho…

Reconhecemos que muito tem sido feito pelo nosso Concelho, mas achamos que era importante não só divulgar o lado “bonito” da nossa aldeia, como também, e a pedido de alguns Palheirenses, mostrarmos o que ainda falta fazer pela nossa terra.

Por vezes sentimo-nos um pouco à parte, um pouco esquecidos, mas sabemos que a ajuda chegará a todos, no devido tempo.

Fica aqui mais um apelo, a nossa terra é pequenina, mas é terra de boa gente, gente que sente orgulho de ser Palheirense, contudo, queremos sentir que não estamos sós, não somos só “aquele sítio” à beira da estrada, gostamos de ver a nossa aldeia arranjada e formosa para usufruirmos e recebermos por quem aqui passa.

Em tempos foi o nosso parque



As nossas estradas











Estrada para o Poço da Aldeia