quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

ALENTEJO

Casas brancas, cadentes, ardentes
Onde o sol esmorece e se reflecte
Em catadupas de luz.

O ar é fogo na tarde calma
É o marasmo do tempo
A vida se reclina e se declina lentamente
Ao ritmo de eternidade.

O céu é límpido, sereno, imaculado,
Apenas salpicado de onde em onde
Pela sombra de uma árvore.

Chora a saudade a campina
Que soluça desgarrada
Sequiosa, ansiosa
Pela bênção de uma fonte.

E na imensidão deste mar plangente
Avança e alastra dolente
A solidão do monte.

Autora: Amélia Rei