Como se fosse pintada na tela, na paisagem desenhada,
Sobressaindo no verde da Primavera, branco casario,
Aldeia do Alentejo, outrora de trigo cercada,
Memória do passado, onde só resiste o estio!
Terra de tantas vontades, pátria de guerreiros,
Eiras e searas perdidas, nunca ai faltou o pão,
Do celeiro farto, ainda restam os palheiros,
Corpo despido, onde pulsa o coração!
O sol porém há-de dar-lhe nova vida,
Suas gentes hão-de unir-se, para dela cuidar,
Da estrada há-de vir o fôlego redentor….
Aldeia branca, branca é a minha ermida,
Na cumeada erguida, onde a lua vem poisar,
Aceita este tributo, a minha devoção, o meu suor!